O
debate da nação representou a grande desilusão para uma direita
convencida que esse mesmo debate mostraria ao país todas as
fragilidades da famigerada “geringonça”. Saiu tudo ao contrário:
apesar das dificuldades, a esquerda mostrou-se mais coesa do que
muitos gostariam, não dando quaisquer sinais de cisão. Não passa
tudo de um conjunto de exercícios para garantir os votos dos
respectivos eleitorados.
O
Debate da Nação veio antes pôr a nu a tibieza da direita,
inexoravelmente dependente de uma crise na “geringonça” para
poder voltar a sonhar com o poder, designadamente o PSD.
Se
a esquerda vai mal, com divergências no que toca ao pagamento da
dívida e às soluções para Educação e Saúde, o que dizer do
vazio que continua a reinar à direita? No caso do CDS não há muito
a dizer pura e simplesmente porque não passa nada para além da
habitual vacuidade e amiúde imbecilidade (impossível encontrar
outra palavra depois de ouvir Assunção Cristas comparar a tourada a
um bailado, entre outras pérolas). No caso do PSD a mudança de
liderança apenas veio mostrar ao país que o partido se encontra
ainda mais frágil do que se imaginava, com os órfãos de Passos
Coelho a chorarem constantemente, envoltos em sistemáticas birras,
sem que o partido alguma vez se consiga livrar a mediocridade
reinante.
E
então? Onde é que está verdadeiramente a crise? À esquerda ou à
direita?
Comentários