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E se a geringonça não acabar?

E se, após as próximas legislativas, tudo se mantiver mais ou menos na mesma, ou seja, e se a geringonça continuar? Pasme-se! E se aquela mescla de esquerda que tantos profetizaram que acabaria cedo e da pior forma possível, não se extinguir nas próximas eleições? O que será da direita desorientada?
Os portugueses, a julgar pelas sondagens, preferem esta solução; o Presidente da República quer esta solução porque os portugueses querem esta solução e porque António Costa não brilha o suficiente para o ofuscar; a direita não quer esta solução, mas também não sabe muito bem o que quer.
O CDS, raiando o populismo mais poucochinho, sempre que pode, quer uma fatia de poder, mas não sabe nem como nem com quem. O PSD está dividido entre os poucos que seguem o actual Presidente e os muitos que ainda choram o desaparecimento do grande Passos Coelho.
Ora, nestas circunstâncias, a tese que postula a necessidade de uma nova (velha) geringonça ganha força. E embora aquilo que uniu a esquerda - Passos Coelho - tenha desaparecido, engolido por uma qualquer universidade de pacotilha, ficou o sucesso da geringonça e ficou sobretudo o que de positivo saiu desta solução para os cidadãos - o que é verdadeiramente reconhecido pelos mesmos. Subsiste designadamente a ideia de um país incomensuravelmente melhor. E nem os problemas em áreas cruciais como a Saúde e Educação beliscam verdadeiramente essa percepção. Essas falhas do Governo exigirão um empenho ainda maior por parte dos partidos mais à esquerda do PS, e que melhor contexto do que uma nova (velha) geringonça para se chegar a entendimentos?

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