Avançar para o conteúdo principal

Satisfação com o Governo

Segundo o European Social (E.S.S), um estudo internacional realizado de 2 em 2 anos, desde 2002, os portugueses embora particularmente desagradados com o estado da economia, sentem-se muito satisfeitos com o desempenho do Governo. Portugal ocupa assim o 4º lugar de uma lista encabeçada por Suíça, Noruega e Holanda (1º, 2º e 3º lugares respectivamente).
Olhando em retrospectiva, é fácil verificar que este resultado não encontra precedentes num passado em que o melhor lugar conseguido foi em 2006 com 3,61, quando agora o resultado é de 5,02. Mais assinalável ainda é verificar a recuperação nos últimos anos, entre 2014 e 2016 o resultado passou de 3,01 para os tais 5,02, numa escala de zero a dez e em 2012 o resultado atingira um mínimo histórico de 2,15.
Ora, e apesar da insatisfação verificada noutros indicadores como o da economia, este resultado é mais um sinal de forte aprovação do Governo e dos partidos que têm vindo a fazer parte desta solução. E este resultado é mais um forte murro no estômago daqueles que se desfizeram em profecias próximas do Apocalipse. Afinal de contas, não só a dita “geringonça” funciona como agrada - e de que maneira! - aos portugueses.
Resta agora esperar que os partidos que compõem esta solução governativa retirem, uma vez mais, as ilações necessárias: o PS consciente de que necessita dos parceiros mais à sua esquerda, desde logo porque a maioria absoluta não deve passar mesmo de uma miragem e que uma viragem à direita conta apenas com apoios de Francisco Assis; ao PCP, Bloco e Verdes importa lembrarem que é possível fazer parte desta solução sem perder a identidade e que qualquer tentativa de desfazê-la significará, muito provavelmente, o regresso ao bloco central de interesses ou o regresso de uma direita cada vez mais reacionária e neoliberal (não será Rui Rio a fazer caminho nesta direita).
Consequentemente, escolhas difíceis, mas interessantes serão adoptadas pelos partidos de esquerda no rescaldo das próximas legislativas e este estudo pode muito bem ser mais um elemento para a análise que necessariamente terá de ser feita.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa