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O "bye bye" de Marques Mendes

Marques Mendes, de cognome o irrelevante, procura dar provas de vida mimetizando Marcelo Rebelo de Sousa, num misto de sabe tudo com a coscuvilhice da vizinha do rés-do-chão.
Tal como Paulo Portas, Mendes é um apaixonado por frases ocas, como aquela que profetiza o "bye bye" do PS à maioria absoluta se o partido não encontrar novas causas. Permita-me discordar, mas o "bye bye" à maioria absoluta acontecerá muito provavelmente e tornar-se-á uma inevitabilidade se o Governo fizer o jogo da direita. Ainda há escassas semanas um estudo internacional dava conta do elevado grau de satisfação dos portugueses no que diz respeito ao seu Governo, ocupando Portugal um dos lugares cimeiros. O estudo salientava também a forma exponencial como essa satisfação cresceu.
É evidente que nem tudo são rosas e que o desinvestimento dos últimos anos em áreas essenciais como a Saúde ou a Educação não foi suficientemente debelado. Ainda assim, parece evidente que os cidadãos encontram-se particularmente satisfeitos com a actual solução política que alia PS a PCP, BE e Partido Ecologista "Os Verdes".
Consequentemente considerar que a maioria absoluta voa pela janela devido à inexistência de novas causas ou é ingenuidade ou trata-se de má-fé. O "bye bye" profetizado pela vizinha do rés-do-chão acontecerá por culpa do PS se este insistir em se voltar a deitar na mesma cama com a direita e a legislação laboral é uma verdadeira prova de fogo. Seria mais profícuo para todos que o próximo "bye bye" fosse do próprio Marques Mendes. 

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