O resultado das eleições de domingo na Turquia são
esclarecedoras: Erdogan, Presidente turco, foi reeleito logo à primeira
volta e o seu partido, o APK, conseguiu uma maioria no Parlamento.
Excelentes notícias para Erdogan e para o seu partido, o mesmo não será
verdade para os turcos e seguramente não o será para a Europa e para o
mundo.
Na prática estes resultados permitirão concretizar
as medidas preconizadas em 2017 e que se traduzem num reforço dos
poderes presidenciais e num subsequente enfraquecimento dos poderes do
Parlamento. Erdogan tem agora mais instrumentos para consolidar o seu
poder que se tornará ainda mais autoritários e de portas abertas para a
continuação do processo de islamização que já dura há largas décadas,
uma islamização com contornos turcos, mas que não deixa de o ser.
A
Turquia com o seu modelo de Ataturk que aos olhos ocidentais representa
um modelo promissor, desde logo pelo apregoado carácter secular, nunca
andou verdadeiramente próxima da democracia e estes resultados apenas
vêm contribuir para o seu inexorável afastamento.
A União
Europeia, uma vez mais, não deu qualquer contributo positivo, preferindo
insistir em promessas e compromissos que nunca quis verdadeiramente
honrar, dando assim um contributo para o afastamento da própria Turquia.
O cenário, agora com estes resultados, fica ainda mais
sombrio para qualquer esperança de democracia e até para qualquer
espécie de integração europeia.
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