A violência jamais dá tréguas ao
eterno conflito israelo-palestiniano, mas existem momentos em que a
mesma recrudesce sem apelo nem agravo. Os últimos dias a Faixa de
Gaza tem sido palco de protestos palestinianos e a subsequente reação
israelita, resultando no tal recrudescimento da violência.
Segundo os palestinianos, os protestos
que pugnam pelo regresso de refugiados palestinianos e pelo fim do
bloqueio israelita em Gaza não justificam a repressão israelita que
degenerou em mais de 15 mortos e 1400 feridos.
Por outro lado, os israelitas,
liderados por um governo profundamente conservador, falam em
violência do lado palestiniano que teve de ser combatida com recurso
à força.
Pese embora existam duas versões da
mesma história, como é de resto habitual, a verdade é que o
próprio mundo há muito que se encontra habituado à violência na
região, não manifestando, consequentemente, qualquer reação, para
além das condenações habituais das Nações Unidas. Com efeito, a
indiferença que daqui resulta constitui um dos maiores problemas do
conflito israelo-palestiniano. E se por um lado, outros conflitos,
por muito violentos, como é o caso da Síria, degeneram na tal
indiferença quase generalizada, o que dizer de um conflito que
persiste desde a criação do Estado Israelita? E o paradoxo reside
no facto dessa indiferença grassar num contexto de abundância da
informação.
Em suma, a violenta regressa em força
à Faixa de Gaza e simplesmente ninguém quer saber, o que implica
que ninguém pressionará os responsáveis políticos a agir. Todos
podem assistir em direto à barbárie, mas poucos querem saber e
menos ainda são aqueles que estão preparados para fazer o possível
tendo em conta as suas possibilidades.
Comentários