Donald Trump candidata-se a todo o género de adjectivação menos elogiosa e, como se isso não bastasse, o Presidente americano dá provas sistemáticas de querer descartar qualquer coisa remotamente semelhante à diplomacia, a última das quais apelidando Bashar al-Assad de "animal". Note-se que o epíteto foi escolhido após mais um ataque químico que matou mais de 70 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, cuja autoria tem sido atribuída ao Presidente sírio.
Mesmo que se confirme que este ataque, à semelhança de outros tão ou mais abjectos, foi ordenado por Bashar al-Assad, o epíteto em causa nada ajuda a resolver o problema, sendo que as relações entre Nações, por muito crispadas, têm a tendência a pautar-se pela diplomacia - facto absolutamente desprezado por Donald Trump.
Dir-se-ia que esta postura do Presidente americano contribui para piorar as já difíceis e estranhas relações entre EUA e Rússia (maior aliada de Bashar al-Assad e força preponderante na Síria). Até podia ser, se os russos e boa parte do mundo levasse o Presidente americano a sério. De resto, a influência russa nas eleições americanas, com benefício para Donald Trump, tinham como objectivo - suspeita-se - a eleição de uma espécie de palhaço sem qualquer crédito que muito ajudará os EUA a perderem a sua hegemonia. E Trump, tal como os russos suspeitavam, parece estar a ser muito bem sucedido. Na verdade este Presidente mais não é do que um sintoma da decadência do império americano.
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