Mariana
Mortágua, em entrevista ao DN, tece considerações sobre aquilo que
foi designado, com intenções pejorativas, por geringonça. O futuro
à esquerda não se
avizinha
risonho e parece ter ficado o aviso.
Agora
ficam também os avisos dos partidos à esquerda do PS sobre uma
hipotética Lei de Bases para a Saúde – um hipotético
entendimento entre PS e PSD, também
neste particular.
António
Costa estica
alegremente a corda e está mais do que visto que a mesma corre o
sério risco
de partir. E Rui Rio goza o prato de ver a esquerda titubear com
o pais a falar nele e
com a oposição interna mais refreada.
Rio
acaba por ser o grande vencedor, com um sorriso nos lábios, deixa a
possibilidade de um novo entendimento sobre segurança social. Costa
sairá mais derrotado do que parece pensar: esta aproximação ao PS
põe em causa o entendimento à esquerda, mas põe sobretudo em causa
o resultado nas próximas legislativas. Costa talvez considere que a
ideia de um bloco central é apelativa. Tenho dúvidas que o
eleitorado pense da mesma forma, até
porque a dita “geringonça” está a funcionar com um relativo
grau de sucesso.
Os
partidos mais à esquerda serão vistos como
vítimas da acção de Costa, papel esse que lhes será vantajoso no
próximo acto eleitoral.
António
Costa e o PS serão os grandes derrotados e se, por hipótese, na
eventualidade de um maior entendimento com o PSD, o partido de Rio
roer a corda, estes partidos de esquerda não farão parte de novos
entendimentos com o PS. Naturalmente.
E
hoje subsiste uma certeza para muitos eleitores: não será positiva
uma maioria absoluta para o PS que lhe permita governar sozinho e
talvez seja imperativo reforçar o poder dos partidos à sua
esquerda.
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