No habitual discurso de celebração do 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa chamou à atenção para os perigos do providencialismo e do messianismo, designadamente para a democracia.
É bem verdade que a Europa e o mundo estão a ser alvo do ataque de homens e mulheres que se apresentam como salvadores de países em decadência que é o resultado - afirmam esses Messias em potência - do estrangeiro (imigrante, refugiado, pouco interessa). Nesse sentido, as críticas do Presidente da República fazem todo o sentido, assim como é assertivo sublinhar o facto dos vazios e dos falhanços degenerarem amiúde no surgimento desses ditos Messias.
Todavia, no contexto português não se vislumbra esse perigo, embora seja cauteloso não ignorar a possibilidade de um dia esse perigo se tornar real.
Com efeito, muitos não compreenderam a quem se dirigiram as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, a começar pelo próprio primeiro-ministro. Marcelo é populista e talvez por essa razão conheça bem de perto as derivas messiânicas.
Embora certeiras, fica por perceber de facto em que sentido as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa foram proferidas. Na verdade, Marcelo Rebelo de Sousa é o mais próximo de um Messias que existe em Portugal.
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