São 50 anos desde a morte de uma das importantes figuras do secúlo XX americano. Martin Luther King, militante e líder histórico da luta pelos direitos civis, deixou para a humanidade o sonho que "um dia os seus filhos fossem julgados não pela cor da pele, mas pela força do seu carácter". Estas palavras ainda hoje ressoam nos corações de muitos de nós, não só pela beleza encontrada naquelas palavras simples, como pelo desejo sentido por todos de um dia seja mesmo possível. Esse dia ainda não chegou.
O sonho de Martin Luther King não só não só concretizou como nos últimos anos tem-se assistido a retrocessos no que toca aos direitos civis e o recrudescimento quer de facções racistas como de episódios onde a cor da pele ainda faz toda a diferença. A eleição de Donald Trump banalizou e legitimou a intolerância racial.
Hoje lembramos o homem que morreu por um sonho, mas poucos de nós saem verdadeiramente da tal indiferença de que King também tanto falou. Dir-se-á que são muitas distracções e que o vazio que nos engole tornou-se indisfarçável e que também por isso a cor da pele ainda faz toda a diferença. Há pouco activismo, existindo muita informação mas fragmentada e superficial, já para não falar na informação falsa e nas incomensuráveis doses de manipulação a que estamos diariamente sujeitos.
Ainda assim, e apesar do cenário sombrio, sobretudo no que toca aos direitos civis, existe quem não cruze os braços, preferindo fazer do activismo e da militância por uma causa elementos centrais nas suas vidas. Um bom exemplo são os jovens sobreviventes do massacre de Parkland que organizaram e marcharam em Washington pugnando por uma outra legislação que regule com maior rigor a venda de armas. Esses jovens representam mais do que tudo esperança, ajudando a manter o sonho de Luther King vivo, apesar de tanto retrocesso.
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