António Costa, em entrevista à visão, enfraqueceu de forma inexorável a ideia de um bloco central. O primeiro-ministro foi ainda mais longe afirmando que o bloco central "empobrece a democracia" - a frase, lapidar, faz capa da revista.
No outro lado de um hipotético e desejado bloco central, está Rui Rio a afirmar a forte possibilidade do seu partido votar contra o Orçamento de Estado. A frase é dita, sem particular convicção ou sem a convicção de outros tempos, mas está dita.
Consequentemente, a ideia de Bloco Central, que conta com adeptos no PS e sobretudo no PSD, fica assim seriamente enfraquecida como possibilidade de futuro. Numa entrevista franca, Costa manifesta vontade numa reedição da actual solução política, com o PS a ser suportado por PCP, Verdes e Bloco de Esquerda.
Aqueles que pugnam por um bloco central - terreno onde grassa a promiscuidade entre poder político e poder económico - vêem assim as suas aspirações com poucas ou nenhumas possibilidades de construírem o real. Antevê-se uma Páscoa pouco feliz para Francisco Assis e companhia.
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