A União Europeia tem-se colocado à parte do que se passa dentro dos Estados-membros que a compõem, mesmo entre aqueles onde se assiste a um recrudescimento do nacionalismo e do racismo.
Assim sendo, a países como a Polónia, a Hungria, a Republica Checa e a Eslováquia pode-se juntar agora a Itália, com a extrema-direita a conseguir um resultado histórico, deixando para trás a Força Itália de Sílvio Berlusconi. Apesar de ser um cenário difícil de concretizar, não está afastada a possibilidade de ser a extrema-direita a formar governo, embora tenha sido o Movimento 5 Estrelas de Beppe Grillo, agora liderado pelo jovem Luigi di Maio, a ser o partido mais votado. Porém, este é um movimento anti-sistema.
Para trás ficaram o partido de Berlusconi, acusado e condenado por fraude fiscal e por isso impossibilitado de ser empossado, e o partido de Matteo Renzi, ex-primeiro-ministro, e maior representante do centro-esquerda que acabou por se demitir.
A Liga Norte, agora conhecida apenas por "Liga", é o grande vencedor de umas eleições em que a democracia liberal saiu verdadeiramente derrotada. Em seu lugar cresce os partidos contra o sistema, tanto o 5 Estrelas, como partidos como a "Liga", ideologicamente próximos de outros partidos como a Frente Nacional francesa: contra a imigração e nacionalistas.
Enquanto a UE assiste de camarote, outros questionam como é que Itália chegou aqui. Uma crise económica e social que ainda não está devidamente ultrapassada e a que a UE não é alheia não serão variáveis fora da equação. Mas para uma UE centrada no aprofundamento do capitalismo selvagem, estes são factos de pouca importância.
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