Pelo menos para EUA e para a Europa, e décadas depois do fim da guerra fria e do desmoronamento da União Soviética, a Rússia continua a ser olhada como um problema, sobretudo agora que reclama vitória sobre o Daesh na Síria e, consequentemente, consolida o seu poder na região, fortalecendo alianças com o regime de Bashar al-Assad no que resta da Síria e com o Irão - apontado invariavelmente como inimigos americanos.
Alegadamente o regime russo terá envenenado um agente duplo em Inglaterra, resultando este acto na expulsão de diplomatas russos, primeiro pelo governo britânico e depois por boa parte da Europa e dos EUA.
O referido envenenamento é tratado quer pelos responsáveis políticos europeus (Portugal é uma excepção) quer pela comunicação social como um dado adquirido que não carece de quaisquer provas - o regime russo envenenou um agente duplo, ponto final.
Seja como for esta espécie de reedição da guerra fria, com claras diferenças, a começar pela crescente tibieza americana e pela ascensão de países como a China, não é boa notícia para ninguém, exceptuando para um Presidente americano imbecilizado despido de quaisquer vitórias com que se pudesse armar em grande e para um governo britânico afastado da Europa com o Brexit, procurando, para compensar, reconquistar o seu lugar no mundo.
A UE amarrada aos interesses económicos e a esses fortemente dedicada há muito que deixou de ser resposta para o que quer que seja. Rússia, olhada como o eterno problema, sem que muitos saibam exactamente porquê, dará a conhecer ao mundo a sua resposta que, temo, será tão insensata quanto aquela adoptada por mais de 28 países.
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