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Nova doutrina nuclear

Donald Trump não cessa de nos surpreender pelas piores razões, naturalmente. Assim, é anunciado um investimento na produção de bombas nucleares com menor potência, como forma de fazer face à Rússia, num contexto de recrudescimento dos perigos nucleares. Uma espécie de regresso aos anos 50 e 60, mas com bombas mais pequenas, mas ainda assim capazes de dizimar entre 70 mil a 100 mil pessoas.
E esta doutrina nada tem que ver com as constantes suspeições a envolver Trump e os russos, com favorecimento do primeiro nas últimas eleições. Nada disto serve para desviar atenções. De resto, existe mesmo um relatório americano que dá conta da expansão nuclear russa, pelo menos desde 2010. É por demais evidente que os russos nunca ajudariam Trump a vencer as eleições. Nunca. Um absurdo. "Fake News". Democratas com mau perder.
Seja como for, sendo ou não esta uma tentativa de apontar armas à Rússia com o objectivo de limpar a imagem de uma Administração sem pés nem cabeça, o facto é que o investimento no nuclear irá aumentar significativamente, com a produção de bombas de menor dimensão, mas de grande efeito destrutivo. O nuclear, como todas as suas implicações, incluindo a destruição do que conhecemos, volta a estar em cima da mesa.
É também evidente que a questão da Coreia do Norte serve também como justificação, embora acredite mais na argumentação avançada por pessoas próximas do Presidente americano que avançam que é melhor Trump ter à disposição várias armas nucleares de pequena dimensão do que uma de maior capacidade destrutiva. Prova de que a estupidez não conhece de facto limites. Na realidade a nova doutrina nem tem uma natureza nuclear, é pura e simplesmente a doutrina da estupidez. A estupidez que se pode provar fatal.

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