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Publicidade enganosa

O CDS acusou o Governo de publicidade enganosa. Trata-se de mais um caso em que os centristas acusam os outros de características que, afinal, lhes pertencem. E veio isto a propósito da discussão no Parlamento sobre Educação.
Assim, Cristas e seus apaniguados passaram o tempo a acusar o Governo de desinvestir na Educação, culminando aqueles discursos brilhantes com a frase "publicidade enganosa". À esquerda muitos mostraram-se incapazes de conter os risos.
Publicidade enganosa. Falou quem pertenceu a um Governo de irrevogáveis e medíocres que diziam estar a tapar o buraco aberto por José Sócrates, procurando sempre ir mais longe do que era imposto e, ainda assim, garantindo, com aquele ar sério, que estavam a salvaguardar os serviços públicos. Pelo caminho aproveitaram o contexto para proceder a privatizações e outras negociatas.
Mais uma vez Cristas e os seus apaniguados escorregam nas suas próprias contradições e fazem-no como se estivesse a dançar artisticamente. A publicidade enganosa de que o CDS fala mais não foi do que a estratégia do partido, cujo cariz populista é indisfarçável, durante toda a anterior legislatura. E quando tudo se complicou o irrevogável revogou-se daqui para fora.
Quanto ao verdadeiro estado da Educação não se pode, honestamente, recusar a existência de falhas graves, assim como se verificam falhas graves noutros serviços públicos, designadamente na Saúde. Essas falhas resultam de anos de mau investimento, anos de desinvestimento, com o cunho também de Cristas, e uma recuperação que tarda ou que não chega em virtude do peso do serviço da dívida. Agora publicidade enganosa, isso é com o CDS que sabe bem do que fala.

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