Avançar para o conteúdo principal

Eleições no PSD

As eleições no PSD, tendo em conta os candidatos, resultam em muito pouco, ou seja quase nada. Rui Rio venceu sem surpresa as eleições. De resto, as sondagens indicavam invariavelmente a vitória do ex-Presidente da Câmara do Porto. E o que é que Rui Rio trará de novo ao partido? A ideia de um bloco central volta a ganhar força, dando particular ânimo aos negócios, ficando no entanto por se saber se a outra parte alguma vez estará disponível para voltar a dançar o tango com o PSD. Esta é a grande diferença que Rui Rio acarreta, sobretudo quando Passos Coelho e Santana Lopes recusaram essa possibilidade.
Internamente, a vida dos órfãos de Passos Coelho complica-se. Contrariamente a Santana Lopes, Rio começou, ainda antes de se saber o resultado das eleições, a enviar recados para o partido, designadamente depois de Relvas ter falado. Recorde-se que Passos Coelho era pai e Relvas mãe – ultimamente ausente, mas ainda assim mãe.
No cômputo geral, estas são as novidades que Rio traz. Porém, a mediocridade, a ausência de ideias e um vazio incomensurável, o que também ajuda e promove a ideia de um bloco central, estão lá, a par da insídia, da imagem austera que ainda tanto agrada a um certo Portugal e de um novo potencial para os negócios que vivem do Estado, deixando as migalhas do costume para quem se aproxima.
Mas nem tudo é pouco ou má notícia. Agora inicia-se um novo ciclo sem Passos Coelho. E essa é indiscutivelmente a melhor notícia dos últimos tempos.





Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa