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Eleições no PSD

As eleições no PSD, tendo em conta os candidatos, resultam em muito pouco, ou seja quase nada. Rui Rio venceu sem surpresa as eleições. De resto, as sondagens indicavam invariavelmente a vitória do ex-Presidente da Câmara do Porto. E o que é que Rui Rio trará de novo ao partido? A ideia de um bloco central volta a ganhar força, dando particular ânimo aos negócios, ficando no entanto por se saber se a outra parte alguma vez estará disponível para voltar a dançar o tango com o PSD. Esta é a grande diferença que Rui Rio acarreta, sobretudo quando Passos Coelho e Santana Lopes recusaram essa possibilidade.
Internamente, a vida dos órfãos de Passos Coelho complica-se. Contrariamente a Santana Lopes, Rio começou, ainda antes de se saber o resultado das eleições, a enviar recados para o partido, designadamente depois de Relvas ter falado. Recorde-se que Passos Coelho era pai e Relvas mãe – ultimamente ausente, mas ainda assim mãe.
No cômputo geral, estas são as novidades que Rio traz. Porém, a mediocridade, a ausência de ideias e um vazio incomensurável, o que também ajuda e promove a ideia de um bloco central, estão lá, a par da insídia, da imagem austera que ainda tanto agrada a um certo Portugal e de um novo potencial para os negócios que vivem do Estado, deixando as migalhas do costume para quem se aproxima.
Mas nem tudo é pouco ou má notícia. Agora inicia-se um novo ciclo sem Passos Coelho. E essa é indiscutivelmente a melhor notícia dos últimos tempos.





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