Foi precisamente isso que a líder do CDS, Assunção Cristas, instou os membros do partido a fazer. Não encontrando soluções, procura-se imitar aquilo que foi o alvo de todas as críticas durante toda a vigência da actual solução política. Não é preciso puxar muito pela memória para recordar que PSD e CDS tudo fizeram para enfraquecer o Governo PS apoiado pelos partidos mais à esquerda, esforços que incluíam insinuações de ilegitimidade democrática. Na verdade o PSD, designadamente Pedro Passos Coelho, nunca engoliu o facto de não ter conseguido ser Governo e, por arrasto, o mesmo aconteceu com o CDS sempre à espera das sobras.
Acompanhada pelo inefável Nuno Melo, Cristas quer usar a mesma receita de Costa. Falta-lhe, porém, praticamente tudo: as características de Costa e de Pedro Nuno Santos; parceiros dispostos a fazer parte dessa solução, Rui Rio que parece mais interessado num Bloco Central do que propriamente em alianças com um partido cuja relevância é pequena; resultados eleitorais que permitam concretizar esta solução agora preconizada pela líder do CDS - as sondagens indicam resultados que não permitem a referida solução.
Depois de inchada pela vitória (de Pirro) em Lisboa, Cristas continuará a fazer o caminho do costume, até por não conhecer qualquer outro: lançar anátemas sobre as esquerdas radicais, defendendo até o impensável: uma solução à Costa, a mesma que tanto foi criticada pela líder do CDS. É por demais evidente que Cristas não é capaz de apreender conceitos como "ironia", "hipocrisia" e "ridículo".
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