Hoje
ficaremos a saber se Mário Centeno será mesmo o Presidente do
Eurogrupo ou não. Se for o escolhido, levantar-se-ão novas
problemáticas, designadamente do ponto de vista do ministério das
Finanças, isto apesar de Centeno e do
próprio António Costa terem sossegado as almas mais inquietas,
garantindo que se pode desempenhar ambas com rigor e eficácia.
Mário
Centeno tem sido um bom ministro das Finanças – frase que causa
estranheza, raras terão
sido
as vezes em que podemos efectivamente aplicar aquelas palavras a um
ministro das Finanças. O ministro escolhido por Costa para estar à
frente das Finanças tem sido tecnicamente irrepreensível – ao
ponto de ser reconhecido pelos seus pares europeus – e tem
apresentado resultados francamente positivos. Mas para além das suas
competências técnicas, Mário Centeno mostra-se humano, o que
também é raro entre ministros das Finanças, e para quem não tem
memória lembrar
apenas
que antes de
Centeno tivemos
um autómato e a incompetência em pessoa disfarçada por um
arrogância desmedida.
Creio
que Centeno será de facto o ministro escolhido para liderar o
Eurogrupo, mas tenho dúvidas quanto à possibilidade do ministro
acumular com eficácia as funções. Dir-me-ão que se os seus
antecessores conseguiram por que razão Mário Centeno não
conseguirá? A ver vamos. Por outro lado, num
registo mais positivo,
o Sul da Europa terá
uma maior representação nos principais órgãos europeus, o que
não quer dizer que isso só por si seja factor de maior equilíbrio
como
se vê pela actuação de Mário Draghi no BCE. Mas a probabilidade
de se caminhar no sentido desse equilíbrio será maior.
Quanto
a louros, o PSD terá o seu, tal como não devemos descurar o seu papel no facto do Sol brilhar, a terra girar, e aquele passarinho, junto à
nossa janela, cantar.
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