Foram
necessários 25 anos para o Alabama eleger um democrata. Foi na
semana passada que Doug James, candidato pelo partido democrata,
conseguiu bater o republicano Roy Moore por 1,5 pontos percentuais.
Moore, importa lembrar, tem vindo a ser acusado de assédio e abuso
sexual de menores, mantendo apesar de tudo isso o apoio de Donald
Trump. As acusações a Moore são graves e estão muito longe de
serem inverosímeis, e ainda assim o candidato ultra-conservador
quase conquistou o lugar. E para que tudo fique mais claro, lembrar
também que no Alabama, Trump conseguiu ficar mais de 20 porcento à
frente de Hillary Clinton.
Alguns
democratas vêem a eleição de Doug James como promissora - uma
espécie de pronúncio para o que aí vêm em 2018, com a
consolidação da ideia de que talvez seja possível conquistar ambas
as câmaras nas intercalares. Paralelamente, este resultado também
está a ser visto como um sinal de que Trump e parte do partido
republicano talvez tenham ainda menos força do que se pensava e que
este voto serve também para os castigar.
Com
efeito, a palavra "talvez" é utilizada demasiadas vezes.
Certezas são muito poucas. Ainda assim, com este resultado, os
republicanos vêem-se na iminência de perder o controlo da Câmara
Alta do Congresso.
Todavia,
e apesar de alguns sinais promissores, aconselha-se alguma cautela,
desde logo porque Moore era demasiado mau para ser verdade, o que, é
um facto, parece ser uma espécie de nova normalidade no contexto
político americano. No entanto o candidato republicano terá ido
longe de mais, não só no seu ultra-conservadorismo que degenera no
protesto contra a igualdade sexual ou em manifestações públicas de
apoio à escravatura, mas também nos casos de assédio e abuso
sexual de menores.
Seja
como for, as hostes democratas animam-se - importante, sobretudo
depois de mais de um ano do mais gritante paroxismo.
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