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Sanções

O regime de Pyongyang, em consequência do teste nuclear de 3 de Setembro, foi alvo de novas sanções, mais abrangentes e com o apoio dos seus aliados Rússia e sobretudo China. Na resposta Kim Jong-un, líder endeusado da Coreia do Norte, fez novas ameaças aos EUA, com promessas de infligir a "maior dor de sempre".
Sendo certo que a gravidade das sanções só não foi mais longe porque precisamente a Rússia e China intervieram no âmbito das Nações Unidas, também é verdade que a repreensão passada ao regime de Pyongyang contou ainda assim com o apoio de países que tradicionalmente são complacentes com os desvarios do regime mais fechado do mundo, prova em como a Coreia do Norte ultrapassou os limites ao fazer o maior teste nuclear de que há registo.
As sanções visam concretamente têxteis e crude originando um maior isolamento do país. O objectivo das Nações Unidas é claro: obrigar o regime a travar o desenvolvimento de tecnologia nuclear que se consubstancia numa ameaça constante aos países vizinhos, produzindo instabilidade na região que se poderá tornar global. A tarefa não será fácil. Quaisquer negociações com o regime terão que que contar com a China. Este país condena as acções norte-coreanas, mas está longe de lhe retirar o apoio, preferindo as Coreias divididas do que uma Coreia debaixo da influência norte-americana.

Kim Jong-un, como se vê, age com particular violência nas palavras e actos. Não existem muitas formas de se lidar com este problema e as sanções dificilmente terão a eficácia desejada. De resto, o regime encostado à parede pode reagir ainda com maior violência. Afinal de contas Kim Jong-un não quer ter o mesmo destino de outros ditadores e usa o nuclear e a violência como forma de evitar esse mesmo destino.

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