Avançar para o conteúdo principal

O azedume tomou conta do PSD

Passos Coelho não chega a fazer propriamente frente ao rei do azedume no PSD: Cavaco Silva que embora tenha falado há mais de uma semana, por ocasião da Universidade de Verão do PSD, deixou todo um rasto de azedume que parece persistir ainda hoje.
Passos Coelho bem tenta ultrapassar aquele que foi outrora seu chefe, Cavaco Silva, mas é difícil - o grau de azedume do ex-Presidente da República é incomensurável e na verdade é na mediocridade que Passos Coelho e Cavaco Silva se encontram ao mesmo nível.
Pouco interessa que a voz azeda de Cavaco Silva seja uma raridade; à mesma soma-se a de Passos Coelho e a de meia-dúzia de apaniguados. Todavia, a realidade do país não parece ter relevância para o ex-Presidente - uma realidade que destruiu o seu manancial de profecias apocalípticas; nem tão-pouco fará caso do coro de críticas da comunicação social estrangeira que visaram precisamente o ex-Presidente da República, o rei do azedume.

Passos Coelho bem que tenta chegar aos calcanhares de Cavaco, sobretudo desde as famigeradas eleições de 2015 - as mesmas que deram uma lição de ciência política e da própria Constituição da República Portuguesa àquele que inacreditavelmente foi primeiro-ministro. Afinal os acordos no Parlamento fazem diferença, toda. A maior lição que alguém que, na qualidade de representante político, poderia ter aprendido. Mas nada disso aconteceu. Não só Passos Coelho não aprendeu a lição, como, na ausência de discurso, entregou-se em absoluto ao azedume. Afinal de contas, teve um bom mestre e essa foi uma lição que aprendeu.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecência...