Após
as ameaças a Guam, visando interesses americanos, e depois de um
teste com uma bomba de hidrogénio que provocou um sismo artificial,
o regime norte-coreano manifesta intenção de continuar o rol de
ameaças, chegando ao ponto de ameaçar directamente os EUA com novos
"presentes" na calha.
Questiona-se
se será apenas a sobrevivência do regime que está em causa e que
justifica a conduta de Kim Jong-un. O facto é que o regime não
parece disposto a cessar ou até abrandar o rol de provocações
dirigidas sobretudo aos EUA.
Perante
uma China que profere críticas mas que não manifesta qualquer
intenção de retirar apoio ao regime norte-coreano, até por
preferir o actual estado de coisas do que uma Coreia unida sob
influência americana, Kim Jong-un parece ter percebido que pode
efectivamente levar tudo ao limite.
O
facto de um conflito contra a Coreia-norte desencadear uma retaliação
visando os vizinhos Coreia do Sul e Japão e o facto ainda de um
conflito desta natureza se poder transformar num conflito global são
factores que naturalmente fortalecem a posição de Kim Jong-un na
precisa medida em que o líder norte-coreano sente-se com uma
acentuada margem da manobra. Kim Jong-un tem motivos para sorrir.
A
retórica do regime norte-coreano é simples: as manobras da Coreia
do Sul apoiadas pelos EUA encaixam na perfeição na ideia de um
inimigo e da união de todo um povo contra esse inimigo que ameaça o
país. E se isto funciona em contextos de maior abertura, imagine-se
num país totalmente manietado e alheado do resto do mundo.
Nada
disto é verdadeiramente novo: Kim Jong-un, à semelhança do seu avó
e do seu pai, tudo faz para desenvolver tecnologia nuclear como forma
de perpetuar um regime ditatorial assente no culto da personalidade.
Todavia, Kim Jong-un está claramente disposto a ir mais longe do que
os seus antecessores.
Paralelamente
existe outra diferença difícil de rebater: os EUA são liderados
por um inepto divisionista e com sinais de senilidade que por sua vez
conta com o apoio de uma industria do armamento que se cansa do jejum
fruto da inexistência de uma guerra envolvendo os EUA.
Comentários