O
verão
está a ser dominado por fenómenos meteorológicos destrutivos afectando um
país que, ao contrário da esmagadora maioria, faz um regresso
orgulhoso ao obscurantismo – os EUA. Um
obscurantismo que contrasta com inegáveis avanços científicos que
permitem prever, com assinalável rigor, fenómenos meteorológicos
como o Irma.
As
tempestades
que dão origem a furacões nunca vistos são indissociáveis da
subida da temperatura dos Oceanos, ou por outras palavras: os
furações mais destrutivos de que há memória são o resultado das
alterações climáticas.
Todavia,
e apesar das evidências, a comunicação social americana dá conta
de que os funcionários do centro de investigação da Florida
terem sido aconselhados a evitar falar sobre aquecimento global.
Todavia,
e apesar das evidências, muitos americanos votaram em alguém que
considera que as alterações climáticas são uma invenção chinesa
e que agora em plenas funções age em
conformidade,
deixando um rasto inacreditável de ignorância.
Todavia, e apesar das evidências,
muitos americanos, demasiados americanos, escolheram o rei do
obscurantismo como seu Presidente. E parecem felizes com a escolha
que fizeram.
De
um modo geral, os EUA é um país dominado por várias formas de
radicalismo e por interesses económicos –
verdadeiros aliados do obscurantismo e da ignorância que, por sua
vez, culminam com a eleição de alguém que irá inevitavelmente
perpetuar essa mesma ignorância e obscurantismo. Como quebrar este
círculo vicioso? E quanto tempo demorará até se quebrar esse
círculo vicioso? Até lá, não deixa de ser irónico que o
resultado das alterações climáticas deixem um rasto de devastação
num país liderado por quem refuta a sua existência. Assim como não
deixa de ser inquietante perceber que o obscurantismo que subjaz ao
agravamento daquilo que resultado das alterações climáticas
insiste em persistir, mesmo depois de não sobrar pedra sobre pedra.
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