Já em campanha eleitoral Donald Trump aproveitou o medo e a ignorância de muitos americanos para fazer o seu caminho. O medo era conhecido: medo do outro, medo que o outro venha a ser a maioria, transformando-os, forçosamente, na minoria. A tudo isto soma-se a ignorância, o falhanço da educação e a dificuldade em atribuir a miséria e o desemprego a um sistema económico complexo e empenhado no logro e no engano, facilitando-se deste modo a atribuição de culpas ao outro: ao imigrante, ao hispânico, ao judeu, ao negro. Trump, na qualidade de Presidente, não mudou. Primeiro demorou dias até finalmente criticar, sem particular convicção, grupos neo-nazis e supremacistas brancos pelos crimes cometidos na cidade de Charlottesville. Depois optou por desvalorizar o que aconteceu atribuindo culpas a ambos os lados: aos nazis e fascistas, mas também aos anti-fascistas. Segundo o Presidente americanos, as vítimas também têm culpa. É evidente que Trump não o podia ter feito sem ter recorrido a...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.