Avançar para o conteúdo principal

O enfraquecimento da liderança americana

A Cimeira dos G20 veio reforçar a ideia que postula o enfraquecimento da liderança americana. Com Trump essa posição de liderança desaparecerá ainda mais rápido do que se julgava, de resto não há país que resista a tanta inépcia junta. Com ou sem nepotismo à mistura.
Na referida Cimeira dos G20 Trump encontrou-se pela primeira vez com o líder russo, Vladimir Putin e o resultado de mais duas horas de conversa resume-se ao reforço da preponderância russa. Putin garantiu não ter interferido nas eleições americanas e Trump, o mais instável de todos os presidentes americanos, aceitou sem reservas as palavras do líder russo. Por outro lado, o Presidente americano parece tentado a reconhecer o regime de Bashar al-Assad, o que a confirmar-se, representa uma mudança na política externa americana, voltando Trump a cair nos braços de Putin.
Internamente, a aproximação de Trump à Rússia não é vista com bons olhos e preponderância de Putin ainda menos, compreensivelmente.
Mal-preparado, o líder americano abdica da posição de liderança dos EUA no que diz respeito ao comércio mundial, ao ambiente e até à geo-política, deixando o regime de Putin, a titulo de exemplo, vangloriar-se com o facto de liderar o insignificante cessar-fogo numa ínfima parte da Síria.
Trump sai da Cimeira com uma mão cheia de nada e Putin com um sorriso nos lábios.
Durante esta Administração os EUA abandonam a liderança numa multiplicidade de áreas. Ganha terreno o isolamento, aquela bacoquice de fazer a América grande novamente; um país liderado por um Presidente arrogante, mal-preparado e muito provavelmente senil. Com Trump os EUA deixam de liderar, regozijando-se com o isolamento protagonizado por uma espécie de cowboy de fato e gravata e com um manifesto défice de neurónios. O protagonismo e as lideranças, essas, passam para a Rússia, China e, até certo ponto, a Europa que procura encontrar o seu caminho sem os EUA.

Resta uma certa América que tardará em acordar para a estupidez monumental que cometeu, se é que algum dia o fará; se é que algum dia se aperceberá que essa estupidez também se paga cara.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Saídas para os impasses

As últimas semanas têm sido pródigas na divulgação de escândalos envolvendo o primeiro-ministro e as suas obrigações com a Segurança Social e com o Fisco. Percebe-se que os princípios éticos associados ao desempenho de funções políticas são absolutamente ignorados por quem está à frente dos destinos do país - não esquecer que o primeiro-ministro já havia sido deputado antes de se esquecer de pagar as contribuições à Segurança Social. A demissão está fora de questão até porque o afastamento do cargo implica, por parte do próprio, um conjunto de princípios que pessoas como Passos Coelho simplesmente não possuem. A oposição, a poucos meses de eleições, parece preferir que o primeiro-ministro coza em lume brando. E com tanta trapalhada insistimos em não discutir possíveis caminhos e saídas para os impasses com que o país se depara. Governo e oposição (sobretudo o Partido Socialista) agem como se não tivessem de possuir um único pensamento político. Assim, continuamos sem saber o que...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...