Vive-se
nova tensão em Jerusalém - cidade sagrada para três religiões
diferentes. Um ataque perpetrado por três árabes de origem
israelita terá sido o pretexto para que as autoridades israelitas
tenham colocado restrições à entrada de muçulmanos na Esplanada
das Mesquitas, local sagrado para muçulmanos.
As
restrições, designadamente através de detectores de metais, são
vistas como tentativas das autoridades israelitas de usurpação de
soberania, numa zona tradicional e particularmente delicada.
O
resultado passa agora por confrontos entre forças israelitas e
muçulmanos que já leva 6 mortos e a ameaça de uma nova Intifada,
ou seja um novo levantamento dos Palestinianos contra Israel. Em
consequência, o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud
Abbas, anunciou o corte de relações com Israel.
Escusado
será dizer que esta é uma das regiões mais voláteis do mundo,
eternamente instável, com grupos como o Hamas a não reconhecer
Israel e os israelitas, por sua vez, a inviabilizarem a criação de
um Estado Palestiniano.
Num
contexto de acentuada instabilidade, com regiões como a Faixa de
Gaza incapazes de oferecer aos seus habitantes o mínimo de
subsistência, com Jerusalém a ser disputada e também com o lado
mais forte a exercer a sua força, torna-se difícil esperar um
desfecho que não passe pelo escalar da violência.
Entretanto
continuaremos a clamar pela paz, apelando ao bom senso e sentido de
humanidade de ambas as partes, mas ignorando um dos maiores problemas
da região que inviabiliza a paz. Com efeito é difícil falar-se em
paz quando a pobreza, o desemprego e a miséria atingem de forma tão
atroz um dos lados do conflito e com o perpétuo adiamento da criação
de um Estado.
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