Não
tenho ideias, o actual Governo juntamente com o resto da esquerda e,
pior do que tudo, a própria realidade desmentem-me a toda a hora. O
Diabo, que eu até podia muito bem venerar, não parece muito
interessado em dar uma ajudinha. Talvez ande distraído ou coisa que
o valha.
E
um dia a calamidade bateu-nos à porta. Sei bem que diz o bom senso
que a situação, até pela sua gravidade, merece calma e seriedade -
características, também sei, próprias dos grandes líderes. Mas eu
não resisto e não posso esperar. Desta forma atiro com suicídios -
que logo por azar não aconteceram - e faço a defesa do eucalipto,
mostrando também desta forma como o Partido Socialista se encontra
refém do Partido Ecologista os Verdes.
A
primeira ideia - a dos suicídios - não terá sido a melhor das
ideias, mas a culpa não foi minha. Passaram-me essa informação e
eu acreditei. Caramba também não sou assim tão cínico que não
acredite na palavra das pessoas! Mas ainda assim dou comigo a pensar:
não terá havido mesmo suicídios? Não vou insistir.
A
ideia dos eucaliptos, ou melhor a defesa dos mesmos contra o ataque
despropositado da esquerda já me parece melhor ideia. Deste modo
mato dois coelhos com uma só cajadada: defendo os interesses do
capital de quem eu tanto preciso e que ideologicamente são a minha
razão de ser, e ataco o Partido Socialista por estar demasiado
colado aos ecologistas dos Verdes. Ecologistas ou comunistas? Não se
pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, pois não? Nunca cheguei a
perceber bem aquilo.
É
verdade e a estas páginas confesso: já não tenho discurso,
não tenho ideias, nem sei como fazer face a esta solução política
que incrivelmente funciona. De que adianta agora vir falar em
austeridade em doses de cavalo quando o Costinha vende a imagem de um
país sem essas doses de cavalo e onde ainda assim brilha o sol e
toda a gente sorri.
E
depois ninguém me ajuda. Agora até os barrosistas me viraram as
costas. Exceptuando uma certa juventude ávida por entrar na
política, pouco me resta. Todos me consideram cinzento e apagado.
Coisa que não é verdade, ai se me ouvissem cantar. É isso! Tenho
de cantar a cantiga certa aos portugueses, podem ser que resulte.
Agora não tenho tempo para mais, que já me chamam para jantar.
Abraços e até breve.
P.S.
Estas linhas não são dirigidas a ninguém em particular, são um
mero desabafo. E não estão assinadas porque se há uma coisa que a
vida me ensinou é que assinaturas comprometem-nos e agora não me
apetece. Estou cansado, muito cansado.
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