A
credibilidade é um bem inestimável para um político, embora esta
verdade já tivesse mais força no passado do que tem nos dias de
hoje. Ainda assim, um político que não seja credível terá poucas
possibilidades de vingar. E um Presidente? Em rigor, Trump
apresentou-se como sendo um homem fora do sistema - uma espécie de
não-político, seja lá isso o que for. Nessa precisa medida
poder-se-á inferir que não sendo um político, não necessita de
ser credível, bastando-lhe parecer bem sucedido, o que, por si só,
já confere alguma credibilidade. Confuso? Qualquer exercício que
pretenda explicar a eleição de Trump, por muito bem fundamentado,
acabará sempre por gerar perplexidade e até confusão.
Seja
como for, vêm estas linhas a propósito da visita de Trump à Arábia
Saudita e a Israel. Trump afirmou estar empenhado em relançar o
processo de paz no Médio Oriente. Ora, a frase poderá provocar
ataques de riso, desde logo porque Trump que, enquanto candidato, já
não era propriamente credível, agora na qualidade de Presidente não
qualquer credibilidade. Perdeu a pouca que tinha com as mentiras, com
os tiques autoritários, com a boçalidade, com as estranhas relações
com os russos e, sobretudo, com as fortes suspeições de obstrução
à justiça.
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