Por ocasião da festa dos 43 anos do
PSD, Passos Coelho procura consolidar o primeiro lugar no concurso
da maior lata, num contexto de total ausência vergonha. A festa,
essa, foi cinzenta, apagada e desprovida de qualquer entusiasmo para
além do facto de Passos Coelho ter tido efectivamente a capacidade
para apagar as velas que ornamentavam o bolo – momento alto da
festa quando se percebeu que ainda resta algum fôlego no
ainda-não-conformado-com-a-sua-posição-ex-primeiro-ministro.
Primeiro Passos Coelho falou nos
lesados do BES como se ele próprio estivesse isento de
responsabilidades na situação dos lesados, através da forma como
lidou com o problema e se dúvidas existem recorde-se que Passos
Coelho garantia em Agosto, dias após a derrocada do banco dos
Espíritos Santos que não haveria quaisquer custos para os
contribuintes. Entretanto e segundo Assunção Cristas, parceira de
coligação na altura, hoje já nem tanto, deu mais provas que
sustentam a tese de que o Governo de Passos Coelho lidou com o
problema do BES de forma amadora e displicente. Assunção Cristas
vai mais longe referindo emails aos quais não eram dedicados a
devida atenção e a ausência de discussão sobre o BES nos
Conselhos de Ministros - exemplos que vêm completar a visão
aterradora sobre a forma como o Executivo de Passos Coelho lidou com
o problema do BES.
Não satisfeito com a garantia de
vencer o primeiro prémio da maior lata, Passos Coelho quis
consolidar a sua posição vencedora com uma nova temática: os
precários.
Ora, Passos Coelho, envolto naquele
manto de desespero, indisfarçável, mostra agora preocupação com
os precários, acusando o Governo de fazer muito pouco para combater
a precariedade. Então não foi Passos Coelho que mais flexibilizou a
legislação laboral, enfraquecendo aqueles que já constituem o ele
mais fraco – os trabalhadores? E não foi o mesmo Passos Coelho a
promover um admirável mundo novo do empreendedorismo? E não era
esse mundo do empreendedorismo uma forma de escamotear a horrível
realidade? E não foi o antigo primeiro-ministro que promoveu a
emigração, mesmo que hoje não o admita? Não terá sido
precisamente Passos Coelho a dar o maiores contributos para agudizar
a precariedade que ele agora assegura tanto o preocupar? E não está
o actual Governo, coadjuvado pelos partidos à sua esquerda a começar
a debelar o problema da precariedade, não esquecendo a precariedade
que também reina no Estado?
Passos Coelho defina até ao próximo
período eleitoral. Até lá, no entanto, Passos Coelho encontrará
um prémio de consolação sob a forma de campeão da maior lata
possível. E não há discussão:
Maior lata possível – Primeiro
Prémio justamente atribuído a Pedro Passos Coelho ou, como o seus
apaniguados preferem, o Dr. Pedro Passos Coelho.
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