A
candidatura de Assunção Cristas à Câmara de Lisboa não foge à
regra do que CDS nos tem habituado nos últimos tempos: mediocridade
e inanidade casaram e serão felizes para sempre. Mas agora a
candidata do CDS contou com um apoio de peso: o PPM cujo
vice-presidente Gonçalo da Câmara Pereira nos brindou com palavras
inesquecíveis sobretudo se fossem proferidas há dois séculos
atrás.
O
apoio de peso do PPM começou com os elogios de Gonçalo da Câmara
Pereira à candidata do CDS, lembrando que Assunção é uma mulher
"casada que provou, como a maioria das portuguesas, que pode
trabalhar e ter filhos, já que não descurou o trabalho e não
descurou a casa". E o marido de Assunção? Não sabemos. Não
interessa. Afinal de contas estamos em pleno século XIX.
Não
satisfeito, Gonçalo da Câmara Pereira enveredou pelo caminho das
analogias, entre mulher e a cidade. Assim sendo "Lisboa é neste
momento agradável à vista e fotogénica, mas de espartilho (neste
particular recuamos até ao século XVI, embora com um efémero
regresso já no século XXI) e saia travada". Continuamos em
pleno século XIX. E o apoio de peso a Cristas continua: "...com
dificuldades em respirar e andar. Como mulher a Dra. Cristas sabe bem
que, para se trabalhar, não se pode usar espartilho nem saia travada
e, se necessário, vestir calças que ultimamente não se sabe bem
onde andam, custam a ver". Já para não falar das críticas à
circulação de bicicletas e "corridinhas em fato de treino".
Cristas
responde que "calça botas e veste calças de ganga muitas vezes
para estar nos bairros sociais".
É
todo um admirável mundo velho. De há pelo menos dois séculos.
É isto que Assunção Cristas e seus apoiantes têm para oferecer à
cidade de Lisboa, ao país, ao mundo, isto e 20 estações de metro -
um plano antigo e já anteriormente proposto por outros partidos. É
todo um admirável mundo velho, com um sorriso nos lábios e a
indumentária certa.
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