Quando
pensávamos que a conduta do Presidente americano não poderia
piorar, apercebemo-nos o quão fácil é cairmos no engano. Tudo pode
ser pior do que imaginávamos, como prova a cimeira da NATO em que
Trump foi protagonista pelas piores razões. Desde dirigir-se aos
vários aliados de forma grosseira falando em dinheiro e em dívidas,
como se as alianças tivessem apenas como propósito o pagamento de
uns e as dívidas de outros, passando pela atitude invariavelmente
arrogante de uma espécie de cowboy de trazer por casa, enfeitado com
as habituais gravatas de mau gosto, culminando com um empurrão ao
primeiro-ministro do Montenegro, para tomar o lugar dianteiro na
foto.
Tudo
é mau, incrivelmente grotesco e ridículo. Trump saiu dos Estados
Unidos pela primeira vez na qualidade de Presidente dos EUA: fez uma
visita oficial à Arábia Saudita para vender armas; visitou o Papa
que, sem um pingo de entusiasmo, o recebeu; passou por Israel,
deixando no museu do Holocausto uma mensagem própria de uma criança
de seis anos. E ainda teve tempo de ofender os alemães. Tudo
sempre caracterizado, claro, por uma arrogância desmedida.
A
Internet delicia-se com as tropelias de Trump e o mundo anda
distraído com as mesmas. Pelo caminho, o Presidente americano fez um
negócio milionário com a venda de armas à berço da ideologia que
inspirou e inspira o terrorismo da carnificina. Pelo caminho Trump,
envia um navio de guerra para o mar do Sul da China, num acto de
clara provocação, que deixa interrogações sobre o que será a
política externa americana relativamente à China. E o Presidente
americano teve ainda tempo para deixar todos confusos, precisamente
na Cimeira da Nato, ao incluir nas ameaças à NATO a própria
Rússia. A mesma que mancha a sua Administração com suspeições
atrás de suspeições.
Confuso? Sim, o cenário perfeito para nos distrair do essencial da política americana com um aparente palhaço a dirigi-la, ou talvez nem tanto. Andamos muito distraídos, portanto quem sabe quem dirige verdadeiramente a maior potência mundial?
Confuso? Sim, o cenário perfeito para nos distrair do essencial da política americana com um aparente palhaço a dirigi-la, ou talvez nem tanto. Andamos muito distraídos, portanto quem sabe quem dirige verdadeiramente a maior potência mundial?
Comentários