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Um mundo novo


Tempos houve em que a subserviência era característica maior dos representantes políticos, sobretudo no contexto europeu. Todos se recordam da postura do Governo português perante as instâncias europeias e perante o ministro das Finanças alemão. Tempos diferentes, dir-se-á. Não, políticos diferentes apenas isso. Exemplo: Portugal ainda não saiu do procedimento por défice excessivo, embora esteja quase lá. Ainda assim e perante as constantes ameaças, os actuais representantes políticos não se vergam, mostram personalidade e sobretudo mostram o que é representar os cidadãos portugueses.
É evidente que existe uma diferença entre Passos Coelho e o seu séquito e o actual Governo: Passos Coelho e seus acólitos perfilhavam na totalidade a ideia de que se deve matar um povo com doses cavalares de austeridade, apostando numa postura de total subserviência. Tantas vezes Gaspar, Coelho e Albuquerque se baixaram que se lhe viu o rabo. Visão que a todos nos embaraçou.
Façamos um exercício fácil de executar: imagine-se a postura de Passos Coelho - caso ainda fosse primeiro-ministro - perante o inefável Presidente do Eurogrupo. Deixo tudo à vossa imaginação.
Este é todo um mundo novo. Sem medo, sem graxa barata, com personalidade. Um mundo novo que finalmente não nos envergonha a todos.

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