Depois
do famigerado Brexit que contou com a demissão de David Cameron,
Theresa May ficou incumbida de dirigir um processo de saída que
ninguém sabe muito bem como culminará. A primeira-ministra
britânica afirma agora pretender a convocação de eleições com
vista a eleger "um governo forte, com um mandato claro para
negociar a saída do Reino Unido da UE". Aparentemente May
procura um reforço de legitimidade para dar continuidade a um
processo que se avizinha difícil e cujo desfecho é, como se disse,
imprevisível. Seguramente também procura ganhar tempo.
Com
a aprovação do parlamento britânico, as eleições terão assim
lugar um Junho, três anos antes do que seria previsto.
Segundo
alguns analistas May estará a aproveitar as sondagens que lhe dão a
maioria das intenções de voto, havendo quem arrisque profetizar que
este é o caminho escolhido para uma saída dura, o "hard"
Brexit.
A
primeira-ministra britânica navega em águas desconhecidas e, na
verdade, compreende-se esta jogada que se traduz na convocação de
eleições antecipadas. Se é para navegar em águas desconhecidas,
mas que se desconfiam turbulentas, que seja com um reforço de
legitimidade. Resta apenas dizer que o Brexit, com ou sem reforço de
legitimidade, dificilmente proporcionará ao Reino Unido ou à Europa
qualquer vantagem. Enfim, não podemos falar em surpresas quando
vivemos na época da mais absoluta insensatez.
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