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Demonstrações de força

Poucas opções restam a um Presidente que vive para alimentar o seu incomensurável ego, que afasta quem lhe faz sombra e que, tantas vezes, mais não é do que uma criança irritante sempre em busca da atenção alheia. Procurar resquícios de sensatez na acção militar dos EUA na Síria é um exercício inútil. Esses resquícios simplesmente não existem.
Depois de, ao que tudo indica, o regime sírio cometer mais um acto ignóbil contra a sua população, os EUA reagiram, à maneira de Trump: inusitada e insensatamente.
Escusado será discernir pelo vasto rol de contradições de Donald Trump, também referentes ao problema sírio. Com taxas de popularidade que não o satisfazem e partilhando da necessidade de dar provas daquilo que é capaz, sempre numa confusão da busca pessoal de protagonismo com o papel do país que governa no mundo, Trump encontrou a oportunidade de exercer uma manifestação de força, surpreendendo tudo e todos.
Já se sabia que este não seria um Presidente como os outros, mas talvez o que ainda não se tivesse percebido é que agora da Casa Branca pode-se esperar tudo.

Segundo a CNN os EUA preparam-se para nova manifestação de força com o envio de aviões para a península coreana. Podemos esperar novas atitudes insensatas e precipitadas como a da passada semana na Síria e podemos contar com um belicismo que Trump acredita dar-lhe o protagonismo que tanto anseia. Este é o resultado de colocar um megalómano infantilóide à frente dos destinos da maior potência militar mundial.

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