Avançar para o conteúdo principal

Trump: o pior ainda está para vir

Depois da clamorosa derrota de uma das medidas mais emblemáticas de Donald Trump, a Administração liderada pelo mesmo assinou uma ordem executiva deitando por terra as políticas ambientais de Barack Obama, dando prioridade aos combustíveis fósseis.
Com efeito a derrota das políticas que visavam substituir o Obamacare deram algum alento a quem ainda acalenta a esperança de que nada disto - leia-se Donald Trump - será tão mau como se suporia. O Trumpcare que se preparava para atirar milhões de americanos para uma situação de maior fragilidade ou até para a morte acabou no caixote do lixo.
No entanto, Trump volta à carga e desta feita atacando políticas ambientais, apostando no seu retrocesso. Ou seja tudo o que Obama fez - ainda muito insuficiente - será revertido por Donald Trump. Já se sabia, de resto, que as alterações climáticas são "uma invenção dos chineses" e o responsável máximo nesta Administração pelo ambiente considera que o aquecimento global não tem como principal responsável o Homem.

Deste modo, esperar que a mediocridade da nova Administração seja suficiente para a inibir de adoptar medidas verdadeiramente desastrosas é, no mínimo, ingenuidade. Alimentar a esperança de que o pior já terá passado é um erro de percepção: o pior ainda está para vir e virá sob a forma de destruição ambiental. As políticas agora adoptadas por esta Administração não são apenas irresponsáveis, são criminosas e os seus efeitos serão mais notórios no médio e longo prazo - não serão notadas hoje ou amanhã, o que fomenta a percepção de que o pior já terá passado.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecência...