Avançar para o conteúdo principal

Dia Internacional da Mulher

Contrariamente a muitos outros dias com celebrações bacocas cujo intento é alimentar a máquina consumista, o dia internacional da Mulher não só tem uma História, contada poucas vezes é certo, como uma quantidade incomensurável de outras histórias vividas todos os dias com dificuldades que teimam em subsistir. O dia em que se recorda as operárias têxteis de uma fábrica em Nova Iorque, em 1857, que entraram em greve reivindicando a redução do horário de trabalho e um aumento do salário (recebiam menos de um terço do que os homens), acabando fechadas dentro da mesma fábrica, não pode ser esquecido.  Naquele dia morreram 130 mulheres. O dia em que é recordada a marcha de 14 mil mulheres em 1908, reivindicando também o direito ao voto merece ser celebrado. O dia em que se recorda todas as mulheres que lutaram por direitos que ainda hoje não são totalmente garantidos, mesmo em países considerados mais avançados, não será esquecido.
A propósito desta luta que está longe de chegar a um término, um Eurodeputado polaco proferiu afirmações no Parlamento Europeu que vieram dar força à necessidade de continuar a lutar, não esquecendo todas e todos os que tanto fizeram para as gerações vindouras viessem a conhecer melhores condições de trabalho e de vida. Recorde-se que este Eurodeputado de seu nome Janusz Kornin-Mikke alegou que as mulheres, sendo mais pequenas e menos inteligentes, merecem ganhar menos do que os homens. Isto foi dito, por um representante eleito, em pleno século XXI no Parlamento Europeu. Mais um sinal de que ainda existe um longo caminho a percorrer e que aquelas mulheres corajosas que morreram presas na fábrica em Nova Iorque não podem ser esquecidas. Nunca. Até porque homens e mulheres que perfilham as ideias do Eurodeputado polaco ainda andam por aí. E merecem mais do que o nosso repúdio.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Direitos e referendo

CDS e Chega defendem a realização de um referendo para decidir a eutanásia, numa manobra táctica, estes partidos procuram, através da consulta directa, aquilo que, por constar nos programas de quase todos os partidos, acabará por ser uma realidade. O referendo a direitos, sobretudo quando existe uma maioria de partidos a defender uma determinada medida, só faz sentido se for olhada sob o prisma da táctica do desespero. Não admira pois que a própria Igreja, muito presa ao seu ideário medieval, seja ela própria apologista da ideia de um referendo. É que desta feita, e através de uma gestão eficaz do medo e da desinformação, pode ser que se chumbe aquilo que está na calha de vir a ser uma realidade. Para além das diferenças entre os vários partidos, a verdade é que parece existir terreno comum entre PS, BE, PSD (com dúvidas) PAN,IL e Joacine Katar Moreira sobre legislar sobre esta matéria. A ideia do referendo serve apenas a estratégia daqueles que, em minoria, apercebendo-se da su...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...