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O renascer do espírito americano

Donald Trump deu o seu primeiro discurso no Congresso e procurou adoptar uma pose mais presidencial. A parca substância, essa, é a mesma: insistência nas políticas anti-imigração, designadamente com a intenção de publicar uma lista contemplando todos os crimes cometidos por imigrantes, o que nos volta a lembrar tempos difíceis e a aposta na militarização (ainda mais) da América. Nada melhor para fomentar o ódio e divisões do que apontar o dedo a um grupo específico para logo depois o colocar numa lista. Trump não sabe ou não quer saber que nunca se construiu o que quer que fosse em cima de ódio.
Por outro lado, e para fazer renascer o espírito americano para que a América seja novamente grandiosa, Trump reverte políticas ambientais e culturais. Assim, a nova Administração prepara-se para aumentar o orçamento para a defesa enquanto procede a cortes nas políticas ambientais e nas políticas de apoio às artes.

E assim vai a América, a caminho da estupidificação e a um passo do abismo criado pelas alterações climáticas tão ignoradas pela nova Administração. Pelo caminho arrastam o mundo. Assim vai à América, nesta ânsia bacoca de fazer renascer o espírito americano, com ou sem pose presidencial.

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