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Levar Portugal a sério II

Torna-se difícil resistir ao slogan do PSD "Levar Portugal a sério". Ocasionalmente, e desta feita num Conselho Nacional, somos brindados com o slogan que tão bem assenta a quem nem se dava ao trabalho de discutir o periclitante estado do sector financeiro em conselho de ministros. O que importa é dizer que se quer levar Portugal a sério. Parece brincadeira mais não é. A ausência do tema em conselho de ministros e emails enviados atabalhoadamente durante as férias de Cristas, os dias já são de oposição e Passos Coelho aproveitou a oportunidade para criticar o plano de recapitalização levada a cabo pelo actual Executivo. Parece brincadeira, mas é sério.
Por ocasião de mais uma ronda de levar Portugal a sério, Passos Coelho, teve a difícil tarefa de convencer o seus apoiantes, e de um modo geral o país, de que Teresa Leal Coelho é uma candidata para vencer as próximas eleições autárquicas. Não é fácil, mas é também para levar a sério.

É evidente que o facto de Portugal ter atingido, sob e égide da solução das esquerdas "radicais" um défice de 2,1% - o valor mais baixo em 40 anos -, não será de fácil assimilação para Passos Coelho e para o seu séquito. É também evidente que a mais do que provável saída de Portugal do procedimento por défice excessivo causará azia a quem espera ansiosamente pelo Diabo. Mas é também evidente que a dita "geringonça" tem atingido resultados de fazer inveja até a ministros das Finanças europeus e que Passos Coelho sente, diariamente, o chão fugir-lhe dos pés. Um caso sério.

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