Avançar para o conteúdo principal

Cristas dá pontapé em Passos

No sentido figurado, é claro. Em entrevista ao jornal Público, a líder do CDS e candidata pelo mesmo partido à Câmara de Lisboa, resolveu revelar que Passos Coelho que não levava os assuntos relacionados com a banca a conselho de Ministros e que terá sido em férias que Cristas terá tido conhecimento da resolução do BES, tendo mesmo assinado de cruz. 
Segundo a líder do CDS, a não discussão do assuntos relacionados com a banca faria parte de uma visão de Passos Coelho. E assinar de cruz fará parte da visão de Cristas? A líder do CDS não revelou.
As revelações de Cristas, não sendo as melhores para a já tão deteriorada imagem de Passos Coelho, fazem parte da estratégia da líder do CDS que procura distanciar-se do antigo parceiro de coligação, não perdendo de vista, claro está, o próximo período eleitoral local.
Com esta entrevista, em que a líder do CDS acrescenta que Passos Coelho "não teria vontade" de se coligar para as autárquicas, Cristas dá um pontapé em Passos Coelho, não deixando as melhores impressões, sobretudo no que diz respeito à forma como o líder do PSD e na altura primeiro-ministro lidou com os problemas da banca. De resto, e depreendendo das palavras de Cristas, Passos e o seu séquito, designadamente a ministra das Finanças, manifestaram algum amadorismo e pouca capacidade de trabalhar em equipa. 
Em suma, Passos Coelho não tem tido dias, semanas e meses bons. Nem os seus parceiros de coligação lhe dão uma folga, e assim se vai tornando claro que já há pouca esperança para o futuro político de Passos Coelho.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecência...