A
Amnistia Internacional denuncia 13 mil execuções sumárias na
prisão de Saydnaya, na Síria, através de enforcamento, sobretudo
de civis. 13 mil em quatro anos.
Segundo
esta organização não-governamental, "entre 2011 e 2015, todas
as semanas e muitas vezes duas vezes por semana, grupos de até 50
pessoas eram levadas das suas celas e enforcadas". A organização
acrescenta que "antes de serem enforcadas, as vítimas passam
por um procedimento superficial de um a dois minutos, num chamado
Tribunal Militar de campanha" e que " os presos condenados
são levados a meio da noite - sob o pretexto de serem transferidos
para uma prisão civil e só têm conhecimento do que lhes vai
acontecer quando já têm a corda ao pescoço".
Para
além de se tratarem de processos sumários e muito à revelia dos
direitos humanos, estes procedimentos remetem-nos para regimes como o
regime nazi, com presos a serem levados,sob falsos pretextos, para a
morte.
Mais
uma pista quanto à natureza do regime de Bashar al-Assad. E nem o
seu combate aos "rebeldes" associados ao Daesh permite
ignorar que este é um facínora da pior espécie. O seu combate ao
Daesh não lhe dá carta branca para cometer atrocidades próprias
dos piores regimes. Nem tão pouco a associação dos detidos à
oposição ao seu regime lhe dá qualquer margem para cometer os
crimes descritos pela Amnistia Internacional e por tantas outras
organizações não-governamentais. De resto, aqueles que ainda
sobrevivem nas prisões de Bashar al-Assad vivem em condições
sub-humanas.
Por
tudo isto e por muito mais, não é desprovido de sentido falar-se de
crimes cometidos por al-Assad contra a humanidade.
Deste
modo, deve a comunidade internacional levantar a sua voz, com ou sem
a participação russa. Matadouros humanos já tivemos de sobra no
passado - os mesmo que ainda nos atormentam a alma. Não podemos
aceitar a sua existência em pleno século XXI.
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