A eleição de Trump e sobretudo a sua tomada de posse têm tido consequências inusitadas. Um bom exemplo é o facto de vários psiquiatras e psicólogos terem vindo a terreiro falar da mais alta figura da nação - numa iniciativa sem precedentes.
Aqueles que não se coíbem de alertar para a instabilidade do novo Presidente americano afirmam que este é um megalómano, com tendência para distorcer a realidade, manifestando invariavelmente uma rejeição absoluta de opiniões que divergem da sua e que desencadeiam reacções de raiva, desprovido de qualquer empatia. Tudo isto se agrava com os exercícios de poder. Em suma, trata-se de alguém que não reúne as condições necessárias para ser Presidente.
Na verdade, tudo o que é dito por psiquiatras e psicólogos é demasiado evidente para nos ter escapado. Em pouco menos de um mês, o mundo já assistiu à manifestação de exercícios e megalomania, distorção da realidade, reacções de raiva, incapacidade de empatia, tudo misturado com um também assustador amadorismo. Ora, aquilo que tem sido salientado por especialistas em saúde mental é também o que caracteriza um ditador. E há mais para nos causar desconforto e ausência de esperança no futuro: Trump está rodeado de seres que possuem as mesmas características, designadamente no que toca à empatia, ou à falta dela, e creio que alguns dos seus acólitos terão uma vantagem em relação a Trump: são mais metódicos, dotados de uma estratégia e sobretudo mais inteligentes do que o Presidente, o que torna tudo ainda mais inquietante.
O resultado de tudo isto, para já, é a instabilidade já referida, mas essa instabilidade poderá, e terá, de ser transformar em qualquer outra coisa, sendo que a Trump já luta por uma reeleição em 2020. E essa "outra coisa" será muito pior do que aquilo que conhecemos.
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