Avançar para o conteúdo principal

EUA: entre a perda da hegemonia e mais indisfarçável decadência

China e Rússia têm sido países – potências emergentes – que procuram e conquistam o seu espaço, sobretudo agora, com os claros sinais de enfraquecimento da nova Administração americana.
Curiosamente, a nova Administração de Donald Trump fez toda uma campanha e mantém a ideia de que será a Administração que fará a América “grande outra vez”, quando na verdade, Trump e os seus acólitos são precisamente os mais evidentes sinais de decadência que resultará na perda de hegemonia da maior potência mundial.
De facto, os EUA circulam em sentido contrário a China e Rússia. EUA que conheceram o seu período áureo depois da II Guerra Mundial, mas que nos últimos anos têm passado por uma espiral descendente.
A nova Administração dá claros sinais de aprofundar esse declínio num misto de amadorismo e de extremismo, com figuras que raiam o patético, hostilizando países pouco propensos a conflitos militares, como o caso da China, mas que reagirá, militarmente, a ingerências e provocações. Em sentido diametralmente oposto, a Administração americana prefere aproximar-se de países como a Rússia que não abdica de consolidar a sua hegemonia e que está disposta a agir à revelia da comunidade internacional, como se viu com a Ucrânia e com a Síria.
E no entanto, esta espécie de política externa, que desafia o que as anteriores administrações defenderam e aplicaram, pode não estar para durar. A instabilidade e a existência de uma estratégia amadora e anódina podem impor mudanças.

Pelo caminho, os EUA vão conhecendo a decadência como império – decadência que se acelerará com Trump; decadência que antecede o fim do poderio norte-americano que acontecerá sob a tutela precisamente daqueles que prometeram recuperar o poder dos EUA.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Saídas para os impasses

As últimas semanas têm sido pródigas na divulgação de escândalos envolvendo o primeiro-ministro e as suas obrigações com a Segurança Social e com o Fisco. Percebe-se que os princípios éticos associados ao desempenho de funções políticas são absolutamente ignorados por quem está à frente dos destinos do país - não esquecer que o primeiro-ministro já havia sido deputado antes de se esquecer de pagar as contribuições à Segurança Social. A demissão está fora de questão até porque o afastamento do cargo implica, por parte do próprio, um conjunto de princípios que pessoas como Passos Coelho simplesmente não possuem. A oposição, a poucos meses de eleições, parece preferir que o primeiro-ministro coza em lume brando. E com tanta trapalhada insistimos em não discutir possíveis caminhos e saídas para os impasses com que o país se depara. Governo e oposição (sobretudo o Partido Socialista) agem como se não tivessem de possuir um único pensamento político. Assim, continuamos sem saber o que...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...