Entre
2011 e 2014 o país conheceu uma formidável fuga de capitais com
destino a offshores: 10 mil milhões comunicados pelas instituições
financeiras, mas que contaram com um conveniente fechar de olhos das
Finanças. Importa lembrar que todos os anos os bancos prestam
informações sobre transferências de dinheiro ao fisco, mas por
alguma razão que importa agora deslindar, essas transferências
contaram com o desprezo das Finanças, ao contrário do que dita a
lei.
As
"omissões" foram detectadas pelo Ministério das Finanças
entre finais de 2015 e princípio de 2016. O secretário de Estado
dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, pretende que se apure o que se
passou.
Recorde-se
também que estes foram os anos de austeridade imposta por Passos
Coelho que trocou, temporariamente, essa sua estranha obsessão pelas
famigeradas SMS trocadas entre o actual ministro das Finanças e o
ex- Administrador da Caixa Geral de Depósitos. Passos Coelho e os
seus ministros das Finanças, enquanto pediam sacrifícios aos
trabalhadores, aos desempregados e aos pensionistas, deixaram que
perto de 10 mil milhões de euros desaparecessem sem exigir quaisquer
satisfações. Ou alguém acreditará que essa foi uma decisão dos
serviços de Finanças, à revelia do ministério?
Ao
invés de andar preocupado e até obcecado com SMS e afins, Passos
Coelho faria muito melhor figura se viesse explicar o que raio se
passou entre 2011 e 2014.
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