Por
altura de balanços, importa também relembrar o ano de presidência
de Marcelo Rebelo de Sousa. À parte de uma certa tendência
populista, o facto é que se trata do dia (Marcelo) em oposição à
noite mais taciturna (Cavaco Silva).
Para
todos os efeitos práticos, este ano de Marcelo tem tido o condão de
trazer estabilidade política, sendo essencial para a viabilidade da
solução de esquerda encabeçada por António Costa. Contrariamente
ao seu antecessor, Marce lo prefere trabalhar com o Governo em
funções, colocando, pelo menos para já e pelo menos até uma mais
do que provável reeleição, as questões partidárias de lado.
Para
tal conta com um primeiro-ministro que partilha consigo um optimismo
contrastante com o cinzentismo de Passos Coelho - apostado em diabos
e outras entidades esotéricas. Passos Coelho aliás já demonstrou
não encaixar no estilo adoptado pelo Presidente da República que, a
par das suas provocações esporádicas mas decisivas na cada vez
menos salutar relação entre Marcelo e o próprio Passos Coelho, vão
condenando o anterior-mas-não-conformado-primeiro-ministro.
Para
já Marcelo vai desempenhando o seu papel de forma activa, mas
revelando uma sensatez que merece ser louvada. Pelo caminho
percebe-se que Marcelo está a adorar cada minuto da presidência,
contando com os sorrisos de Costa e com o beneplácito dos
portugueses. A azia essa só serve um dono: Pedro Passos Coelho.
Comentários