Para
Passos Coelho 2016 foi um ano para esquecer. Contrariamente às suas
expectativas, a solução política à esquerda funciona e dá sinais
de vitalidade. Sozinho ou mal acompanhado - Maria Luís Albuquerque
não conta como boa companhia na medida em que não acerta uma para a
caixa, apenas intensifica, com recurso à mentira, o cinzentismo de
Passos Coelho - o anterior primeiro-ministro vive triste com a
sua situação e mais triste ficará quando pensa no futuro.
O
futuro. Qual futuro? Passos Coelho ainda é líder do PSD porque
ninguém ambiciona o seu lugar tendo em conta a actual conjuntura.
De
resto, a dita conjuntura não podia ser mais desfavorável. A
geringonça, como se disse, funciona. A economia portuguesa não se
afundou; o Presidente trabalha e coopera com o Governo e nem as
instituições europeias podem valer a Passos Coelho - Merkel e o seu
ministro das Finanças encontram-se enfraquecidos; o Brexit e a
vitória de Trump atiram a Europa para a insignificância enquanto a
mesma Europa não sabe o que fazer com tantas crises. Neste contexto
e, contrariamente à expectativas de Passos Coelho, Portugal nunca
será um problema aos olhos da Europa confrontada que está com
problemas dignos desse nome.
Assim,
resta muito pouco a Passos Coelho. Depois de ter apostado na
austeridade custe o que custar, depois de ter fechado todas as portas
a eventuais negociações e depois de ter insistido em hostilizar o
Presidente, Passos Coelho é um homem sem futuro, o que faz de 2017
um muito provável annus
horribilis,
sobretudo depois das eleições autárquicas.
Comentários