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Tudo pela saída limpa

Todos recordamos a imperiosa necessidade de Portugal encontrar uma "saída limpa". Passos Coelho e os seus acólitos tudo fizeram para que esse fosse o grande desígnio nacional. E assim foi, ao ponto de em nome da tal saída limpa se esconder toda e qualquer porcaria que pudesse comprometer esse impoluto objectivo. 
Vem isto a propósito da Caixa Geral de Depósitos - fonte de todas as críticas dos partidos da oposição, designadamente do PSD liderado por Passos Coelho. Segundo o anterior e não-conformado-com-a-situação primeiro-ministro, o seu Governo tudo fez pela CGD, aliás, o seu Executivo, segundo Passos Coelho, terá sido o único a colocar dinheiro no banco do Estado (o mesmo que não escondeu querer privatizar). No entanto, vem a saber-se que, em nome do tal desígnio nacional - a saída limpa -, Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças de má memória, esconderam os problemas da CGD e nem o Tribunal de Contas poupa nas críticas à anterior governação.
Ainda assim e apesar de todas as evidências, Passos Coelho insiste nas críticas ao actual Governo no que diz respeito à CGD.

O que dizer de tamanha hipocrisia? O que dizer de tantas falsidades? O que resta dizer sobre tamanha irresponsabilidade? Muito pouco. Passos Coelho, o novo Messias, aquele a quem os portugueses ainda vão recorrer quando vier o tão ansiado resgate, fez tudo pela saída limpa, embora tenha borrado a sua governação e a si próprio, mas ainda assim vive pouco incomodado com os odores repulsivos de tamanha borrada. Talvez tenha perdido capacidades olfactivas. Talvez. As suas melhoras senhor anterior primeiro-ministro e não-conformado-com-a-sua-actual situação.

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