Com o final do ano a aproximar-se
vertiginosamente é altura de balanços. Comecemos, pois, pela
famigerada geringonça.
No final de 2015, a solução política
encabeçada por António Costa suscitava uma multiplicidade de
dúvidas. Poucos tinham certezas quanto à viabilidade de uma solução
que incluía Partido Socialista, Partido Comunista, Bloco de Esquerda
e Partido Ecologistas “Os Verdes”.
Hoje, poucos são aqueles que têm
dúvidas quanto à viabilidade desta solução, designadamente para a
actual legislatura. Apesar das dificuldades emergentes de diferenças,
particularmente ideológicas, entre os diferentes partidos (o aumento
do salário mínimo à custa de uma redução da TSU constitui
claramente um desafio), a famigerada geringonça vai fazendo o seu
caminho, contrariamente a uma oposição medíocre e enfraquecida.
Enquanto Passos Coelho tem o seu
destino traçado – o esquecimento -, António Costa, Catarina
Martins e Jerónimo de Sousa continuam, apesar das dificuldades, a
traçar o caminho que ficará na História do país e não só. Para
tanto, atente-se ao facto da situação política portuguesa ser uma
excepção num verdadeiro pesadelo global de instabilidade.
Passos Coelho, por sua vez, talvez
consiga fazer parte de um nota de rodapé. Talvez.
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