Ainda no seguimento do artigo anterior, e como nada disto vai melhorar, acresce agora a escolha de Donald Trump para seus acólitos. Entre Goldman Boys e homens da mais assumida extrema-direita, resta um país que, a menos que aconteça um milagre, vai ter Donald Trump durante quatro longos e extenuantes anos.
Para quem é apologista da ideia de que talvez nada disto venha a ser tão mau quanto a campanha eleitoral profetizou, as escolhas de Trump para o seu círculo mais próximo vem contrariar e debilitar aquele laivo de esperança que ainda subsistia.
Steve Bannon, escolhido para principal conselheiro presidencial, assumido racista, defensor de uma América expurgada de imigrantes, detentor de um site de extrema-direita que destilava ódio, é o melhor exemplo do que nos espera. A intolerância, desta feita pouco ou nada disfarçada, será o mote de um mandato infame que enfraquecerá a democracia americana.
Resta um partido Democrata que necessita de mudança, que necessita de se afastar do dinheiro e dos protagonistas do dinheiro para se aproximar dos cidadãos; restam alguns movimentos de cidadãos que não podem desistir de lutar contra a intolerância. Falta um movimento sindical que tem deixado milhões de trabalhadores americanos órfãos e vulneráveis ao populismo.
A ideia de que talvez nada disto venha a ser tão mau quanto se julga está a ser contrariada a cada dia que passa.
Sou incapaz de esconder o meu cepticismo. Contudo, esse cepticismo não inviabiliza um claro julgamento sobre o que deve ser feito: lutar contra a intolerância, lutar contra o retrocesso, lutar contra a mentira. Nós Europeus não podemos baixar as defesas e sucumbir a quem nos quer vender a conversa fácil da intolerância e da redução do outro ao nada.
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