Há
notícias que nos deixam sem reacção, a possibilidade de Trump
vencer as eleições americanas que se realizam já na próxima
semana entra, sem qualquer margem para dúvida, nessa categoria.
Confesso
quando li a notícia do Washington Post que coloca Trump à frente de
Hillary por um ponto, fiquei sem reacção, acabando pouco tempo
depois por mergulhar num mar de conjecturas bizarras, próprias de
qualquer espécie de surrealismo. Penso que chegue a visualizar uma
imagem de Trump com a seguinte legenda: “Ceci n'est pas le
Président de L'États-Unis”. Tudo com contornos de pesadelo.
É
evidente que as consequências de uma eleição de Trump iriam mais
longe do que o fim do Obamacare, a construção ridícula de muros ou
a regurgitação incessante de imbecilidades. Seria a própria
democracia americana a ser posta em causa, entrando numa espiral de
degradação sem precedentes.
Por
outro lado, nem sequer é imaginável o que Trump significaria para o
mundo. Desde a ligeireza com que fala na utilização de armamento
nuclear, passando pela confrontação permanente e culminando num
belicismo próprio do maior dos idiotas.
Sob
todos os pontos de vista, uma hipotética eleição de Trump é
assustadora. Levando em consideração a complexidade e o carácter
pouco fidedigno das sondagens, a par da vantagem que Clinton tem
consolidado, pese embora o fantasma dos emails não a abandone, creio
que será difícil o pesadelo tornar-se realidade. Ainda assim, a
mera hipótese assusta. Fiquemo-nos pela vitória de Hillary e, já
agora, pela possibilidade dos Republicanos perderem o Senado.
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