Mário
Centeno acredita que sim, Catarina Martins afirma que não. Eu,
humildemente, julgo que que Catarina tem razão, mas que também
creio que a porta-voz do Bloco de Esquerda sabe que este é o
Orçamento possível e que, em qualquer caso, está a anos luz dos
orçamentos e orçamentos rectificativos com o cunho da governação
de Passos Coelho.
De
resto, continua a ser o ainda líder do PSD a cimentar as relações
entre as esquerdas. Quanto mais Passos Coelho insiste, mais Bloco,
PCP e Verdes estarão próximos da governação de António Costa.
É
evidente que cada partido esforça-se por não perder a sua
identidade. Uma excessiva proximidade pode ser contraproducente e os
líderes dos vários partidos têm clara noção disso mesmo. No
entanto, e a julgar pelas sondagens, PCP, Verdes e BE continuam a
manter o seu eleitorado, verificando-se inclusivamente algumas
subidas nas intenções de voto.
No
que diz respeito ao OE2017 parece tudo dito. Com uma maior ou menor
discussão, sobretudo na especialidade, o orçamento contará com a
aprovação da maioria de esquerda e, arrisco dizer, muito
provavelmente, com o beneplácito do Presidente da República.
Resta
saber o que diz Bruxelas. E se o Brexit, o Deutsche Bank e os
refugiados, por exemplo, não serão suficientes para inquietar as
mentes de Bruxelas. E se será necessário o Orçamento de Estado
português para engrossar a lista de problemas.
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